Segundo especialistas, a situação do tráfico se agravou no Haiti após os terremotos que devastaram o país em 12 janeiro deste ano. Estados Unidos e República Dominicana aparecem com os principais destinos das vítimas haitianas.
Além do tráfico humano que sai do Haiti, muitas pessoas também são traficadas ou contrabandeadas da República Dominicana para diversos países do Caribe, América do Sul e Europa. Estima-se que estas pessoas sejam traficadas para exercerem a prostituição ou para o casamento servil.
De acordo com dados destacados no Observatório de Direitos Humanos, nos casos das pessoas traficadas do Haiti para a República Dominicana, o custo de viagem varia de três a dez mil pesos, dependendo das condições da fronteira e da forma de tráfico e contrabando. Estariam envolvidos neste processo os traficantes, trabalhadores do setor público e funcionários de postos de fronteira dos dois países.
O SJRM denunciou que a situação acontece diante dos olhos das autoridades dos dois países, mas, que mesmo assim, nenhuma providência é tomada. “Os corpos policiais e migratórios também são cúmplices do crime, agravando ainda mais a situação”, declarou Graziella Scudu, investigadora do Serviço Jesuíta.
Segundo o Serviço, é necessário analisar a situação de maneira global, e não minimalista, já que o crime deve ser atribuído também ao setor de transporte, aos postos de fiscalização e às autoridades policiais e migratórias, e não apenas aos traficantes.
Para a entidade, o problema deve ser tratado pelas autoridades governamentais de maneira rigorosa e devem ser desenvolvidos mecanismos de prevenção ao tráfico de seres humanos, juntamente com os países de destino das vítimas.
O Observatório de Direitos Humanos é uma iniciativa do Serviço Jesuíta a Refugiados e Migrantes (SJRM) e da Solidariedade Fronteiriça (SF), e desenvolve projetos nas cidades da República Dominicana e do Haiti.
A situação haitiana foi um dos temas abordados no II Congresso Latinoamericano sobre Tráfico de Pessoas, que reuniu, de 21 a 24 de setembro, em Puebla, no México, mais de 600 especialistas que compartilharam informações sobre este crime no continente. Durante o evento ficou decidida a criação do Observatório Latinoamericano contra o tráfico de pessoas.
Mais informações no site: http://www.sjrdom.org/spip/portada.php3
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