Herrera explica que a Semana é uma iniciativa da Campanha Internacional Sul Norte sobre a Dívida Ilegítima surgida como resposta à Reunião Anual do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Por conta disso, a data da Ação Global coincide com o Encontro das instituições financeiras que, neste ano, acontece de 8 a 10 de outubro, em Washington, Estados Unidos.
México, Brasil, Argentina, Uruguai e Nicarágua são apenas alguns dos países que já confirmaram participação nesta edição da Semana. A Ação é descentralizada e aberta a organizações sociais de diversas partes do mundo. “A Semana é uma iniciativa aberta, horizontal, com participação de todas as organizações que queiram visibilizar a luta contra a dívida”, comenta.
Apesar das discussões girarem em torno principalmente da dívida e das IFIs, essas não serão as únicas questões destacadas na Ação Global. Neste ano, a Semana ainda inclui “jornadas especiais”, como: Dia de Ação: Banco Mundial e as Instituições Financeiras Internacionais fora do clima! e manifestação “Romper as Cadeias-Transformar o Sistema” (8 de outubro); Minga Global de Defesa dos Direitos da Mãe Terra (dia 12); “Dia de Repúdio da Dívida em memória a Thomas Sankara e Dia Internacional da Mulher Rural” (dia 15); Dia de Ação pela Soberania Alimentar (dia 16); e Dia de Ação contra a Pobreza e mobilização de encerramento da Marcha Mundial das Mulheres, na República Democrática do Congo (dia 17).
Além dessas, grupos e organizações de cada local podem realizar atividades descentralizadas, como é o caso do Brasil. De acordo com Herrera, no dia 15 de outubro, está programado para acontece, no Rio de Janeiro, um ato pela retirada das tropas militares do Haiti.
Demandas
Não é a toa que a anulação das dívidas ilegítimas é a principal bandeira da Semana de Ação Global. Para Pablo Herrera, o custo humano para o pagamento da dívida é muito alto. Isso porque, de acordo com ele, ela representa, por exemplo, fome, falta de atenção à saúde pública e de investimento em educação.
Herrera explica que os países, no lugar de investirem na questão social, acabam reservando boa parte do dinheiro para o pagamento da dívida. “O orçamento para a dívida é superior ao destinado à saúde, educação… Queremos mais vida, mais saúde, mais educação”, demanda.
Na opinião dele, “os países do Sul não podem mais seguir pagando” dívidas ilegítimas e que sustentam o sistema capitalista. O secretário do Jubileu Sul/Américas lembra que a crise mundial não é apenas financeira, mas também alimentar, ecológica, climática, “produto do sistema que busca o lucro acima de tudo”.
Por conta disso, acredita que é importante que os países não sigam endividando-se “para sustentar os países do Norte” e o sistema capitalista. Na visão dele, o ideal é que os Estados das nações do Sul e da América Latina se unam para promover uma “ação coordenada e política em resposta à crise”, além de destinar recursos à sociedade e “fazer auditorias integrais sobre a dívida”.
Para mais informações sobre a Semana de Ação Global, acesse: http://semanadeuda.wordpress.com/ ou escreva para: semanadeuda@gmail.com
Jornalista da Adital
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