Os pobres – sinal de contradição

Convidamo-los a nossos comércios,
expulsamo-los de nossas mesas.
Fechamo-los com cercas em nossas fábricas,
afastamo-los com cães de nossas casas.

Seduzimo-los com o sorriso da publicidade,
fechamos o rosto quando se aproximam
Recebemo-los quando são trabalho e moeda,
esquivamo-nos deles quando são justiça e encontro.

Arrasamos em minutos um bairro vivo,
estudamos a colocação de uma estátua morta.
Congregamo-los com promessas quando dão um voto,
dispersamo-los com balas quando exigem um direito.

Contratamo-los quando são força jovem,
varremo-los quando são bagaços espremidos.
Admiramo-los quando levantam nossas mansões,
separamo-los com as mesmas paredes que construíram.

Damos-lhes esmolas quando são pequenos e fracos,
encarceramo-los com suspeitas quando são dignos e fortes
Exaltamos em livros e sermões sua bem-aventurança,
sua proximidade não mede o sentido de nossa vida.

Jesus, Acolhemos-te quando és bondade e perdão,
excluímos-te quando és denúncia e justiça
Como todo pobre de nossos caminhos
és um sinal de contradição.

por Instituto Humanitas Unisinos (IHU)

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