Comissão Pastoral da Terra lança “Conflitos no Campo Brasil 2011” Leia!

Em 1985, como forma de denunciar esta  realidade, os dados começaram a ser sistematizados e publicados. Desde  então, todos os anos, a entidade publica o livro Conflitos no Campo  Brasil, onde se registra os conflitos por terra – violências como  despejos e expulsões – e os números da violência contra pessoa, como  assassinatos, ameaças de morte, prisões. Há, ainda, os dados do trabalho  escravo, conflitos pela seca e as manifestações envolvendo os temas  citados, entre outras informações. Em 2002, a CPT incluiu em sua  documentação os conflitos gerados pelo uso da água. Ainda neste mesmo  ano, a obra Conflitos no Campo foi reconhecida como publicação  científica pelo Instituto Brasileiro de Informação e Ciência e  Tecnologia (IBICT).

A CPT, com este trabalho, tornou-se a  única entidade a realizar tão ampla pesquisa da questão agrária em  escala nacional, e os seus dados são utilizados por várias instituições  de ensino, pesquisadores, instâncias governamentais e pela imprensa.

Por que documentar?

Por fidelidade “ao Deus dos pobres, à  terra de Deus e aos pobres da terra”, como está explicito em sua missão,  é que a CPT assume o compromisso de registrar e denunciar os conflitos  de terra e da água e a violência contra os trabalhadores e seus  direitos. A documentação, realizada por um setor específico da entidade,  possui as dimensões:

Teológica – de acordo com a história  bíblica, Deus ouve o clamor do seu povo e está presente na luta dos  trabalhadores. A luta em si é um ritual celebrativo da presença de Deus e  da esperança que anima o povo.

Ética – porque a luta pela terra é uma questão de justiça e deve ser pensada no âmbito de uma ordem social justa.

Política – o registro da luta é feito  para que o trabalhador, conhecendo melhor sua realidade, possa com  segurança assumir sua própria caminhada, tornando-se sujeito e  protagonista da história.

Pedagógica – o conhecimento da realidade  ajuda a reforçar a resistência dos trabalhadores e a forjar a  transformação necessária da sociedade.

Histórica – todo o esforço e toda luta  dos trabalhadores de hoje não podem cair no esquecimento e devem  impulsionar e alimentar a luta das gerações futuras

Científica – a preocupação de dar um  caráter científico à publicação existe não em si mesma, mas para que o  acesso aos dados possa alimentar e reforçar a luta dos próprios  trabalhadores, contra o latifúndio. Não se trata simplesmente de  produzir meros dados estatísticos, mas de registrar a história da luta  de uma classe explorada, excluída e violentada.

 

http://www.cptnacional.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1083%3Acpt-lanca-conflitos-no-campo-brasil-2011&catid=16%3Acpt&Itemid=94

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